quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Uma só Maria em todas as “Nossas Senhoras”

Epíteto é uma palavra qualificando o nome de uma pessoa. Celebridades, reis e santos tem epítetos após o nome. É um título! Ex. Átila, o flagelo de Deus. Napoleão, o corso (Ilha de Córsega, onde ele nasceu). São Boaventura, o doutor seráfico. São João Maria Vianney, o cura d´Ars. Rui Barbosa, a águia de Haia. Os títulos após um nome ou são honoríficos ou são uma espécie de ‘apelido’ que caracteriza alguém: o que fez, foi ou pelo seu modo de ser. A bíblia acrescenta títulos aos nomes, a começar pelo de Jesus: o Nazareno (Mt.2,23). Há no Novo Testamento mais de 100 títulos apostos ao nome de Jesus: o Messias; o Verbo de Deus; o Ungido de Deus; o Emanuel (Deus conosco); o primogênito de toda a criação; a cabeça da Igreja etc. Indicam o amadurecimento da fé em Cristo ressuscitado no início da Igreja. São Marcos (2,17) informa: Jesus deu aos dois apóstolos irmãos, Tiago e João, um epíteto: Boanerges, isto é, filhos do trovão.
Ora, no Evangelho de Lucas a primeira referência à pessoa de Maria é um título dado a ela pelo mensageiro de Deus: “ó cheia de graça!” (Lc.1,28). Jesus chama sua mãe de Mulher: nas Bodas de Caná e no Calvário (Jo.2,4); (Jo.19,26). “Mulher, eis aí teu filho!” Isto revela a convicção dos primeiros cristãos no papel de Maria na salvação realizada por Jesus. Ela é a nova Eva, prevista no livro do Gênesis (3,15), como a vencedora futura do demônio. Vitória confirmada no livro do Apocalipse, cap. 12, que fala do grande sinal que apareceu no céu: uma mulher vestida de sol, a lua debaixo dos pés e uma coroa de 12 estrelas na cabeça. Por isso, a reflexão cristã deu à Maria desde os primeiros tempos o título: Imaculada! Ela é ainda chamada de: Mãe de Deus e de Sempre Virgem. O título de “nossa senhora” vem desde o 1º século. Segundo a pesquisa histórica e a iconografia (arte de representar por imagens), as primeiras imagens de Nossa Senhora seriam as chamadas “virgens orantes“ das catacumbas romanas. Maria é representada de pé, braços elevados em atitude de oração. A origem da veneração à Maria para o culto litúrgico e a devoção popular, nasceu da excelência da Mãe de Deus no evangelho: do seu papel na missão de Jesus, de sua condição de discípula-modelo para os cristãos. Essa é a causa dos inumeráveis títulos das “nossas senhoras” pelo mundo afora.
Não raro os títulos “nossa senhora” traduzem os anseios das pessoas, grupos ou povos. Assim os escravos negros eram devotos de Nossa Senhora do Rosário. Com o tempo o culto litúrgico à Mãe de Jesus e as invocações populares (ladainhas, novenas, terço) multiplicaram as “nossas senhoras”. Lembravam os locais onde Maria viveu (Belém, Nazaré); os episódios narrados nos Evangelhos (Ex: a Natividade; a Anunciação); o papel dela na missão de Jesus; um local onde aconteceram fatos extraordinários (Lourdes, Fátima, aparecida). Enfim, Maria é uma só em seu corpo terreno. Os títulos referem-se à sua condição glorificada, à íntima e inseparável união com o Filho ressuscitado. A grande imprensa não sabe distinguir isso. Um cristão consciente deve saber! Nomes e títulos de “nossa senhora” devem nos conduzir à escuta da Palavra de Deus e ao amor a Jesus Cristo. “Todas as gerações me chamarão: bem-aventurada!”
Pe. Antonio Clayton Sant ´Anna – CSsR
Diretor da Academia Marial de Aparecida



"Todas as minhas obras e trabalhos têm como base duas coisas: a Santa Missa e o Santo Rosário."São João Bosco

Ser católicos significa ser Marianos, afirmou o Papa Bento XVI

Ao receber os membros da sua Congregação Mariana de Ratisbona
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 31 de maio de 2011 (ZENIT.org) – Bento XVI afirmou que o catolicismo implica em uma atitude mariana, ao receber no Vaticano, no sábado passado, uma delegação da congregação mariana Mariä Verkündung (Maria Anunciada) de Ratisbona (Alemanha).
“A catolicidade não pode existir sem uma atitude mariana”, afirmou, recordando que “ser católicos quer dizer ser marianos, que isso significa o amor pela Mãe, que na Mãe e pela Mãe encontramos o Senhor”.
O Papa disse que “Maria é a grande crente” que indica a todos “o caminho da fé, a coragem de confiar-nos a esse Deus que se dá em nossas mãos, a alegria de ser testemunhas; e depois, sua determinação de permanecer firme quando todos fogem, a coragem de estar do lado do Senhor quando tudo parecia perdido, e fazer seu o testemunho que conduziu à Páscoa”.
Também expressou sua alegria pelo fato de que “ainda hoje há homens que, junto a Maria, amam o Senhor; que, através de Maria, aprendem a conhecer e a amar o Senhor e, como Ela, dão testemunho do Senhor nas horas difíceis e nas felizes; que estão com Ele aos pés da cruz e que continuam vivendo alegremente a Páscoa junto d’Ele”.
Falando da sua própria experiência no Vaticano, disse que, “por meio das visitas ad limina dos bispos, experimento constantemente como as pessoas – sobretudo na América Latina, mas também nos demais continentes – podem confiar-se à Mãe, podem amar a Mãe e, através da Mãe, depois aprendem a conhecer, a compreender e a amar a Cristo”.
Também confessou que experimenta “como a Mãe continua confiando o mundo ao Senhor”.
Os membros da congregação mariana Maria Anunciada viajaram até o Vaticano para comemorar com o Papa o 70º aniversário do seu ingresso nesta congregação.
Sobre este fato, Bento XVI, expressando sua gratidão e alegria, afirmou que “a admissão na congregação mariana visa ao futuro e não é simplesmente um fato passado. (…) É por isso que, 70 anos depois, esta é uma data do ‘hoje’, uma data que indica o caminho rumo ao ‘amanhã’”.
Daquele momento histórico, recordou que “eram tempos escuros, havia guerra” e que, pouco depois de ser admitido na congregação, esta foi dispersada, mas reconheceu que “permaneceu como ‘data interior’ da vida”.
Bento XVI também fez uma breve referência à mariologia que se ensinava nas universidades alemãs depois da guerra, indicando que “era um pouco austera e sóbria”; e acrescentou que acredita que hoje “não tenha mudado muito, nem melhorado”.
Finalmente, agradeceu pelo testemunho dos homens que, pertencendo a uma congregação mariana – “caminho aberto pelos jesuítas no século XVI” -, “continuam demonstrando que a fé não pertence ao passado, mas se abre sempre a um ‘hoje’ e sobretudo a um ‘amanhã’”.


Ano da Fé: O “CREDO” DO POVO DE DEUS (1)

10º ANIVERSÁRIO DA PROCLAMAÇÃO PELO PAPA PAULO VI NO ENCERRAMENTO DO ANO DA FÉ
PUBLICAÇÃO DA ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO
PROFISSÃO DE FÉ
CREMOS, em um só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, Criador, das coisas visíveis, como este mundo, onde se desenrola a nossa vida passageira; Criador das coisas invisíveis, como os puros espíritos, que também são denominados Anjos; e Criador, em cada homem, da alma espiritual e imortal.
Pense sozinho, ou em grupo:
- Qual é a meta suprema da criação? – “Como o Pai tem a vida em si mesmo, assim, também deu ao Filho o ter a vida em si mesmo” (Jo 5, 26). Esta fonte de vida, se transfunde para nós (Jo 6, 57).
- Somos imagens verdadeiras de Deus: (Gen 1, 26-27).
- Creio que Deus Trino significa: eu tenho toda a certeza de que sou chamado, desde já, a participar de Sua vida e, na eternidade, nunca mais deixar de ser feliz n’Ele e com Ele.
CREMOS que este Deus único é absolutamente uno na sua essência infinitamente santa, assim como em todas as suas perfeições, na sua onipotência, na sua ciência infinita, na sua providência e no seu amor. Ele é Aquele que é, como Ele mesmo o revelou a Moisés;ii Ele é Amor, como no-lo ensinou o Apóstolo São João;iii de tal maneira que estes dois nomes, Ser e Amor, exprimem inefavelmente a mesma divina realidade d’Aquele que se quis dar a conhecer a nós e que, <habitando uma luz inacessível>iv, é, em si mesmo, acima de todo nome, de todas as coisas e de toda inteligência criada. Só Deus pode dar-nos o conhecimento exato e pleno de sim mesmo, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo, de cuja vida eterna somos chamados a participar, aqui na terra, na obscuridade da fé, e, depois da morte, na Luz eterna. As relações mútuas que constituem eternamente as três Pessoas, que são, cada uma delas, o único e mesmo Ser divino, são a bem-aventurada vida íntima de Deus três vezes santo, infinitamente acima de tudo o que podemos conceber à maneira humanav. Entretanto, rendemos graças à Bondade divina pelo fato de numerosíssimos crentes poderem dar testemunho conosco, diante dos homens, da Unidade de Deus, embora não conheçam o Mistério da Santíssima Trindade.
Pense na felicidade dos santos que sabem sua vida totalmente entregue a Deus, abrigando no seu poder e amor:
Sl 94,22: O Senhor certamente será o meu refúgio, e meu Deus, o Rochedo em que me abrigo.
Cântico de Moisés: Deut 32,10: a solicitude suprema de Deus para conosco.
Deut 32,18: o pecado é autodestruição. É abandonar o Rochedo seguro e perecer em terreno movediço.
- O amor de Deus é totalmente gratuito, é
- graças:
1Jo 4,10: “nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado e enviado seu Filho para expiar os nossos pecados”.
- Não se pode conhecer Deus lPai sem estar em intimidade com Jesus Cristo: Mt 11,27.
- Que significa “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”: Jo 15,4.9-10.
- Como é que você rende graças à Bondade Divina?
Você já descobriu a pura beleza das seguintes orações:
“Te Deum” e “Glória a Deus nas alturas”?
CREMOS, portanto, no Pai que gerou eternamente o Filho; no Filho, Verbo de Deus, que é eternamente gerado; no Espírito Santo, Pessoa incriada, que procede do Pai e do Filho, como eterno Amor. Assim, nas três Pessoas divinas, coaeternae sibi et coaequales,vi superabundam e consumam-se, na superexcelência e glória próprias do Ser incriado, a vida e a felicidade de Deus perfeitamente uno, e sempre deve ser venerada a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade.vii
“Aquele que me vê, vê o Pai”: (Jo 14,9).
- Leia o hino “Santo, Santo, Santo…” em (Apoc 4,8).
- Reflita o que significa o gesto de os santos depositarem diante do Deus Santo o diadema da graça e da sua vitória, de terem na mão a cítera da festa que não tem fim, e o perfume da oração que é força e imortalidade (Apoc 4,10).
- Você sabe adorar Deus?
CREMOS em Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o filho de Deus. Ele é o Verbo eterno, nascido do Pai antes de todos os séculos e consubstancial ao Pai, homoousios to Patri,viii e por Ele tudo foi feito. Ele encarnou por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem. Portanto, é igual ao Pai, segundo a divindade, e inferior ao Pai segundo a humanidade,ix e é uno, Ele próprio, não por uma impossível confusão de naturezas, mas pela unidade da pessoa.x
Pense sobre o mistério duplo:
- Jesus é igual a Deus (Jo 14,9) e todavia obediente como homem (Jo 6, 38-39);
- Jesus é servo humilde (Fil 2, 7-8) e Senhor do Universo (Fil 2, 6 . 9-10)
“Ao nome de Jesus se dobre todo joelho proclamando JESUS CRISTO É O SENHOR” (Fil 2, 10-11)
Ele habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, Ele anunciou e instaurou o Reino de Deus e nos fez conhecer nele o Pai. Deu-nos o seu mandamento novo de nos amarmos nuns aos outros como Ele nos amou. Ensinou-nos o caminho das Bem-aventuranças evangélicas: pobreza de espírito, mansidão, sofrimento suportado com paciência, sede de justiça, misericórdia, pureza de coração, vontade de paz, perseguição suportada pela justiça. Padeceu sob Pôncio Pilatos, Cordeiro de Deus que carregou sobre si os pecados do mundo: morreu por nós na Cruz, salvando-nos com o seu sangue redentor. Foi sepultado e, por seu próprio poder, ressuscitou ao terceiro dia, elevando-nos por meio de sua Ressurreição à participação da vida divina, que é a vida da graça. Subiu ao céu e virá de novo, mas desta vez com glória, para julgar os vivos e os mortos: cada um segundo os seus méritos – os que corresponderam ao Amor e à Misericórdia de Deus, indo para a vida eterna; os que os recusaram até o fim, indo para o fogo que não se extinguirá jamais.
E o seu Reino não terá fim
Medite a lei do amor: “como eu vos amei” (Jo 13, 34-35).
- Leia as Bem-aventuranças: (Mt 5, 3-11).
- Leia o apelo final: “Alegrai-vos e exultai…” (Mt 5, 12).
- Reflita sobre a condição de vivermos o amor de Deus: “O que fizerdes a um destes mais pequeninos…” (Mt 24,40).
CREMOS no Espírito Santo, que é Senhor e que dá a vida; que é adorado e glorificado com o Pai e com o Filho. Foi Ele que nos falou por meio dos profetas; Ele nos foi enviado por Jesus Cristo, depois da sua Ressurreição e da sua Ascensão ao Pai. Ele ilumina, vivifica, protege e conduz a Igreja; Ele purifica os seus membros, se estes não se furtam à ação da graça, que penetra no mais íntimo da alma, torna o homem capaz de responder ao apelo de Jesus: “sede perfeitos, como também é vosso Pai celestial é perfeito” (Mt 5,48).
Pense o quanto o Espírito Santo é fruto do sofrimento e da ressurreição de Jesus Cristo (Jo 7, 37-39).
- Podemos nós recebê-lo, se não estamos, unidos ao Cristo na Cruz e na glória?
- O Espírito Santo transforma-nos paulatinamente na mesma imagem divina (2Co 3, 18).
(Continua)



Ano da Fé: A Coragem e suas características – São Tomás de Aquino

Um homem de fé é um homem corajoso!

Uns são corajosos por ignorância ou por experiência, como os soldados, e essa coragem é antes o resultado do exercício de uma arte do que uma virtude moral. Outros são corajosos por paixão (temor de ameaças, de desonra, por tristeza, ira), e a virtude moral não obra por paixão. É preciso a coragem da alma para opor resistência a tais dificuldades (as que se opõem à obediência à reta razão).
Cinco modos pelos quais podemos nos assemelhar aos corajosos, como que praticando atos de coragem, sem ter essa virtude:
1) Praticar atos difíceis como se não o fossem, por ignorância, quando não percebemos a grandeza do perigo;
2) Quando temos fundadas esperanças de vencer o perigo, porque por experiência sabemos que dele muitas vezes escapamos;
3) Por certa ciência e arte. Digo dos soldados, que pela perícia que têm no manejo das armas, e pelo exercício, não consideram graves os perigos das guerras, pois ninguém teme fazer o que sabe ter aprendido;
4) Por impulso ou paixão;
5) Por escolha de algum bem temporal a adquirir (honra, prazer ou ganho), ou para evitar alguma desvantagem.
É próprio da virtude fazer-nos agir com firmeza e constância. A coragem consiste em afrontar deliberadamente os perigos e padecer os trabalhos. Virtude significa a perfeição última de uma potência. Coragem, firmeza de alma pronta a enfrentar qualquer obstáculo.
É próprio da virtude da coragem remover os obstáculos que impedem a vontade de seguir os ditames da razão. A coragem versa sobre o temor e a audácia, coibindo aquele e moderando esta.
É próprio da virtude da coragem fortificar-nos a vontade, para não abandonarmos o bem da razão por temor de um mal do corpo. Quem tem firmeza contra o maior dos males há de tê-la contra os menores.
É próprio da virtude tomar em consideração o que é extremo. Não se reputa corajoso um homem só por tolerar quaisquer adversidades; mas só os que sabem tolerar os males máximos. Pois nos outros casos ele será corajoso relativamente.
O temor nasce do amor. Qualquer virtude que modera o amor de certos bens há de também, por força, moderar o temor dos males. Amar a nossa própria vida nos é natural. Donde a necessidade de uma virtude especial, moderadora do temor da morte.
Sendo dois os atos próprios da virtude ─ suportar e atacar ─ ela recorre à ira, não para o ato de suportar, mas para o de atacar.
O ato principal da coragem é suportar, isto é, persistir inalterado nos perigos, mais do que atacar. É mais difícil reprimir o temor do que moderar a audácia. A coragem é o amor que tudo sofre facilmente por causa de Deus.
É próprio do homem forte não dissimular o perigo que o ameaça, mas encará-lo face a face e examiná-lo do alto do seu pensamento, como de um lugar elevado. O corajoso é um homem de confiante esperança. Nos perigos repentinos é que principalmente se manifesta o hábito da coragem.
O furor ajuda os fortes. No virtuoso, a ira e as outras paixões são moderadas pela razão.
Partes da coragem: magnificência; confiança; paciência; perseverança.
Só os que são ávidos de questões são capazes de soluções. A fides/esperança se alimenta da fides/certeza. A verdade objetiva sujeita os homens apenas a ela, mas a verdade subjetiva cria o reino da tirania dos que ditam aos demais os critérios dessa verdade.
(Extratos da “Suma Teológica”, de São Tomás de Aquino ─ II, 2ae,123-135)

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

História do terço
O Rosário não é uma oração de iniciação cristã, mas um ponto de chegada depois de um longo caminho de fé.
 
ANO DO ROSARIO


História do terço


Tradição e redescoberta da "doce coroa que nos une a Deus”


Pe. Ennio Domenico Staida , O.P.


O rosário, o saltério da Santíssima Virgem, é uma oração piedosa e simples a Deus, ao alcance de todos. Consiste em louvar a Maria repetindo a saudação do anjo 150 vezes, como os salmos do rei Davi, intercalando entre cada dezena o pai-nosso e uma breve meditação ilustrativa da vida de nosso Senhor Jesus Cristo(1). Como ponto de partida deste artigo, escolhemos a definição de rosário dada pelo Papa Pio V. Achamos que ela contém de modo admirável e sintético a essência e a configuração do rosário. A bula Consueverunt é um ponto-chave na complexa história desta devoção, e determina, nela, uma etapa fundamental. A história do rosário não nasce com ela, mas é graças a ela que acontece uma espécie de consagração oficial e são fixadas as suas formas, substancialmente as mesmas de hoje. Os momentos históricos determinantes do desenvolvimento do rosário estão entre os séculos XII e XVI (2). É no início do século XII que começa a se difundir a oração da Ave-Maria.

A saudação angélica, sem dúvida, já era conhecida desde o princípio do cristianismo: está contida no Evangelho e até o século VII constituía a antífona sobre as oferendas do quarto domingo do Advento, domingo que tinha um significado mariano especial. Neste texto, queremos enfatizar a novidade da repetição da ave-maria, análoga à repetição do Pai-Nosso, que já existia nesta época.

Estes saltérios, o do pai-nosso e o da Ave-Maria, substituíam, nos mosteiros, a oração do saltério bíblico para os monges que não sabiam ler. Naquela época, a oração da Ave-Maria era conhecida e recitada somente na sua parte evangélica, que continha a saudação do anjo e as palavras de louvor de Isabel. O nome de Jesus e o amém final se introduziram em 1483, quando se difundiu o costume de recitar a “Santa Maria”. Importante comentar ainda, dada a sua influência na configuração do rosário, que o saltério do pai-nosso era rezada pelos monges e pelos leigos devotos no final do dia, e era dividido em cinqüentenas como a Liturgia das Horas. São Pio V prescreveu a oração do rosário com a publicação do breviário, em 1586, e depois, passou a formar parte dele o “Santa Maria”, embora com alguma exceção.

Foi no século XIV que o cartuxo Henrique de Calkar dividiu o saltério da Ave-Maria em 15 dezenas, colocando entre uma dezena e outra a oração do pai-nosso. Foi neste mesmo período que cresceu a lenda da instituição do rosário por obra de São Domingos, difundida principalmente por Alano de la Roche, o.p. Esta lenda não pode ser aceita na sua totalidade, mesmo não se tratando, na verdade, de um erro histórico. O saltério mariano, como já vimos, aparece antes de São Domingos (1170- 1221), e é verdade que o santo pregador e seus frades usaram esta forma popular de oração. Basta pensar nas confrarias fundadas por São Pedro de Verona, discípulo de São Domingos, e a influência que elas tiveram na divulgação da devoção à Virgem Maria.

A simples repetição da Ave-Maria e do Pai-Nosso ainda não continha a contemplação dos mistérios. O primeiro documento que testemunha a tentativa de conjugar as Ave-Marias com a meditação dos mistérios evangélicos remonta ao século XV. Entre 1410 e 1439, Domingos da Prússia, cartuxo de Colônia, propôs aos fiéis uma forma de saltério mariano, na qual o número de Ave-Marias se reduzia a 50, e a cada uma se acrescentava uma referência verbal e explícita a um acontecimento evangélico, como se fosse um refrão. Destas citações propostas por Domingos da Prússia, 14 faziam referência à vida oculta, pré-apostólica de Cristo, 6 à sua vida pública e 24 à sua paixão e morte; as outras 6 à glorificação de Cristo e de Maria, sua mãe. Foi graças a Domingos da Prússia que se iniciou a nova forma de saltério mariano, e foi ela que deu origem ao rosário como o conhecemos hoje.

O exemplo do cartuxo de Colônia foi seguido por muitos continuadores e teve grande ressonância. O século XV foi testemunha da proliferação de muitos saltérios deste gênero. As citações evangélicas aumentaram imensamente, chegando-se a falar em 300, variando de área para área, e segundo a devoção de cada lugar.

Alano de la Roche (1428- 1478), de quem já falamos, foi contemporâneo de Domingos da Prússia. Este dominicano difundiu de maneira extraordinária o saltério mariano - que começou chamado de “rosário da bem-aventurada Virgem Maria” - através da pregação e, principalmente, das confrarias marianas que ele mesmo fundou. Ele dividia a devoção em dois momentos, o rosário novo e o rosário antigo; neste, simples-mente se repetem as Ave-Marias, enquanto o novo é aquele que incorpora a meditação dos mistérios, propostos ordenadamente em três grupos: encarnação, paixão e morte de Cristo, e glória de Cristo e de Maria.

Quando se difundiu pelo povo, o rosário se simplificou e, em 1521, Alberto de Castello reduziu o número de mistérios, escolhendo 15, e os propôs aos devotos do saltério mariano. As citações evangélicas foram substituídas por simples enunciados dos mistérios, que serviam de lembrança para aqueles fatos ao longo da recitação das Ave-Marias.

As formas propostas por Alano de la Roche e Alberto de Castello foram se impondo sobre as demais. E as novas confrarias marianas difundiam por toda a Europa esta devoção “reformada”.

Os primeiros documentos pontifícios sobre o rosário falavam dos privilégios e das indulgências concedidas a estas confrarias. Em 1569, São Pio V, com a bula Consueverunt Romani Pontífices, consagrou uma forma específica para o rosário, substancialmente a mesma que se usa hoje.

Naquele período, porém, o rosário não era um privilégio destas confrarias. Sua tradição já tinha se enraizado profundamente no povo e se tornado uma forma universal de oração. Piedade mariana e rosário se confundiram: a primeira encontrou na segunda a sua expressão orante, mais simples e mais rica. Das menores paróquias até as grandes catedrais, dos países da Europa até as terras de missão, o rosário atingiu todos os confins do cristianismo. Sua época de ouro durou até colocarem em discussão o sentimento religioso e, sobretudo, a devoção à Virgem Maria, o que resultou, em muitos casos, num esfriamento e abandono do rosário.

O rosário não é uma oração de iniciação cristã, mas um ponto de chegada depois de um longo caminho de fé. Minha avó não sabia ler nem escrever, mas sabia falar do rosário melhor do que eu. Seu amor a Maria era tão forte que ela conseguia reunir a maior parte dos vizinhos do nosso prédio para rezar todos os dias o terço, que só é apreciado devidamente quando vivido. Para conhecer a história encarnada desta devoção, é preciso entrar, na ponta dos pés, em tantas casas, hospitais, barracos, onde, desde a Idade Média, ressoa a Ave-Maria como naquela primeira vez, em Nazaré, quando o anjo saudou a Rainha do Céu dizendo: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”, ou em Ain Karim, quando, na casa de Zacarias, Isabel disse: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. Casas, barracos, hospitais, paróquias, campos, onde a coroa do rosário unia ao céu os pobres, os humildes, os doentes, os apaixonados pela fé trazida por Cristo.

O rosário pode ser redes-coberto se os cristãos de hoje, especialmente os sacerdotes, religiosos, bispos - e não somente o Papa -, se fizerem pequenos e, com humildade, começarem a dedicar um pouco do seu tempo à oração. No nosso tempo, cheio de correrias, é difícil rezar. Além disso, muitos educadores têm medo do devocionismo, dentro do qual rotulam também esta magnífica tradição. Dizia meu mestre, o padre Henrique Rossetti, o.p.: “Um cristão sem devoções não foi prestigiado até hoje por nenhum santo, nem sequer pelo ensino autorizado da Igreja. Onde quer que se tenha procurado implantar este cristianismo dessacralizado, impopular, desumano, sem coração, o único fruto que se conseguiu produzir foram desastres na fé. Pude ver isso em algumas áreas do Brasil, onde o povo, privado das verdadeiras devoções, se inclinou para a magia”.

A objeção é sempre a mesma: “Não seria melhor trabalhar durante meia hora por um pobre, do que dizer um montão de Ave-Marias? ”. Esta é a atual realidade psicológica da nossa sociedade. Quando falamos da oração em geral, particularmente do rosário, temos que renovar-nos, começando por nós mesmos, os sacerdotes, e ter idéias claras sobre o seu valor intrínseco. Nenhum cirurgião se torna famoso pelo fato de dar conferências em prestigiosas universidades. Pelo contrário, ele adquire prestígio e fama quando vemos curados os doentes que ele atendeu. Não existirá oração se primeiro não existir a fé, e a fé só cresce num terreno adequado.

Jesus disse aos discípulos: “Orai sem cessar”. Sem oração, o cristianismo se reduz a pura exterioridade; a ação se transforma em fim; a caridade evangélica acaba sendo simples filantropia. Por isto, para nós, cristãos, é importante rezar, e rezar o rosário.

O rosário é um caminho fácil para redescobrir a oração, que alimenta a fé. Ele nos oferece a possibilidade de contemplar sinteticamente toda a história da salvação, e reflete, assim, a primitiva pregação da fé. É contemplação essencial, com Maria, no mistério de Cristo. É um “credo transformado em oração”, que, introduzindo-se na nossa vida cotidiana, leva a nossa vida a se conformar com o chamado de Deus ao amor, e dá, assim, um sentido de eternidade àquilo que fazemos. É uma oração positiva, porque caminha junto com a nossa vida diária.

Com o rosário, vamos dar a mão com confiança a Maria, e pedir a ela que nos leve a Cristo. É a ela, a primeira entre os fiéis, a quem devemos pedir que nos ajude a viver o que ela viveu, ou seja, a realidade da presença de Cristo no meio de nós.


Notas:

1. São Pio V, Bula “Con-sueverunt Romani Pontifices” (17.9.1569).
2. Para a história do rosário, cf. F.M.William , Storia del Rosario, Edizioni Paoline, Roma 1951; S. Orlandi, Libro del Rosario della gloriosa Vergine Maria (studi e testi), Centro Internazionale Dome-nicano del Rosario, Roma 1965; A. Duval, Note sull´Histoire da Prière du Rosaire, en Rosaire de France, II, 3, 1965, 5-7; A.Walz, De Rosario Mariae a Sisto IV ad sanctum Pium V, Centro inter. dom. ros., Roma 1959.


Dados do autor:
O Pe. Ennio Domenico Staid, O.P. é responsável da Irmandade Dominicana de Novara (Itália). É autor reconhecido de livros de caráter religioso.

Revista Sacerdos
Edição Julho - Agosto 2003

sábado, 8 de setembro de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

sábado, 2 de junho de 2012


Promessas de Nossa Senhora à Santa Brígida

Santa Brígida diz-nos, nas suas revelações aprovadas pela Igreja Católica, que Nossa Senhora lhe prometeu conceder sete graças a quem rezar cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas principais " Sete dores" e Lágrimas, meditando sobre as mesmas. Eis as promessas:
1ª - Porei a paz em suas famílias.
2ª - Serão iluminados sobre os Divinos Mistérios.
3ª - Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei nos seus trabalhos.
4ª - Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha à vontade de meu adorável Divino Filho e à santificação de suas almas.
5ª - Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida.
6ª - Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.
7ª - Obtive de meu Filho que, os que propagarem esta devoção ( às minhas Lágrimas e Dores) sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhe-ão apagados todos os seus pecados e o meu filho e eu seremos a sua eterna consolação e alegria.
Santo Afonso Ligório nos diz que Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu, aos devotos de Nossa Senhora das Dores as seguintes graças:
1ª - Esses devotos terão a graça de fazer verdadeira penitência por todos os seus pecados antes da morte.
2ª - Nosso Senhor Jesus Cristo imprimirá nos seus corações a memória de Sua Paixão dando-lhes depois um prêmio especial no Céu.
3ª - Jesus Cristo guarda-los-á em todas as tribulações em que se acharem, especialmente na hora da morte.
4ª - Por fim os deixará nas mãos de sua Mãe para que deles disponha a seu agrado, e lhes obtenha todos e quaisquer favores.

Início:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Nós vos louvamos, Senhor, e vos bendizemos!
Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.
Nós contemplamos vossas Dores, oh! mãe de Deus!
E vos seguimos no caminho da fé!

Súplica ao Divino Espírito Santo

Assim como fizestes sombra à Virgem Maria para formar em seu puríssimo seio a santa humanidade de Jesus, descei sobre mim neste momento para que minha alma ame a Virgem Maria pelas dores que suportou por nossa salvação e possa tirar proveito dos méritos dessas dores para minha salvação. Amém.

Primeira Dor:

Profecia de Simeão
Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição.
Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma.
Um Pai-Nosso e sete Ave-Marias

Segunda Dor:

Fuga para o Egito
O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise.
Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo.
Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito.
Um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.

Terceira Dor:

Maria procura Jesus em Jerusalém.
Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem.
Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos.
E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele.
Um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.

Quarta Dor:

Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário.
Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus.
Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam.
Um Pai-Nosso e sete Ave-Marias

Quinta Dor:

Maria ao pé da Cruz de Jesus.
Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.
Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho!
Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe!
Um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.

Sexta Dor:

Maria recebe Jesus descido da Cruz.
Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz.
Um Pai-Nosso e sete Ave-Marias

Sétima Dor:

Maria deposita Jesus no Sepulcro.
Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus.
Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado.
Foi ali que puseram Jesus.
Um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.

quarta-feira, 2 de maio de 2012


4829116920_52816cda79Neste teu mês, Ó Maria, venho pedir-te: intercede, junto a Deus Pai, pelas mães – Marias das Flores e Marias das Dores. Sabes e provaste este amor sem medidas. Os dias de uma mãe não são seus, e sim de seus filhos. Teu olhar acolhe, teus gestos perdoam. És Espelho para todas as mães. Consola as mães deste mundo, seca as lágrimas das Mães das Dores: Filhos pelos caminhos das drogas, dos crimes. Mães abandonadas nos asilos da vida. Roga a Deus pelas sofredoras. Junto às Marias das Flores, canta de novo teu hino: o Magnificat. Por tua proteção, que cada mãe se torne um bálsamo, um nome consolador, neste vale de lágrimas!... 
Salve, MãeMaria e todas as mães deste mês de maio! 
Frei Wálter Hugo de Almeida, OFM – Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus

segunda-feira, 19 de março de 2012

TIRANDO DÚVIDAS - LEGIÃO DE MARIA

1ª A LEGIÃO DE MARIA PODERÁ TER CONTA EM BANCO?

Para que alguém tenha conta em banco é necessário CIC, RG, e comprovante de endereço. Como pessoa jurídica, além da Ata que comprova quem dirige o movimento e dos documentos de cada membro da diretoria, é preciso o CGC e os estatutos desta empresa ou Associação, para que o banco saiba quem pode assinar os cheques. É um trabalho atualizar isso cada vez que se muda a diretoria. Esses detalhes mostram que os conselhos não podem ter conta em bancos. Nenhum conselho deve ter dinheiro em caixa; o restante deve ser entregue ao Conselho superior. Uma das obrigações do Conselho é contribuir para o Conselho Superior. (Manual cap. 28, p. 155). Se cada Conselho guardasse seu dinheiro, não teríamos expansão, visita Conselho principalmente os distantes, o Manual, a sede para atender o pessoal e guardar o estoque de Caderno-Agenda, Teologia do Apostolado, A Legião de Maria na China, com preços tão baixos.

2ª POR QUE A CNBB CRIOU A PASTORAL DA VISITAÇÃO? NÃO É ESTE O TRABALHO PRINCIPAL DA LEGIÃO?

A CNBB percebeu que nós não estamos atuando no que é próprio da Legião: visitas de casa em casa. Será que em cada praesidium há, ao menos dois pares de legionários fazendo visitas de casa em casa? Será que não nos acomodamos com pastorais mais fáceis: saúde, catequese, esperança, liturgia, etc? Verificamos que há muito poucas visitas domiciliares. Se nós estivessemos visitando todas as casas, rua por rua, não haveria necessidade de visitação por parte da Diocese. Em algumas delas há toda uma preparação e planejamento para cada paróquia, semelhante à nossa Jornada Apostólica. Os legionários têm participado fortemente nesse trabalho. Em resumo podemos dizer que a Legião não está tendo suficiente arrojo e decisão para esse trabalho que é seu carisma... Será que estudamos novos métodos de entrar nas casa e nos prédios? E os Conselhos, nas suas visitas, têm chamado atenção para esse grave defeito? Uma vergonha, se nós deixarmos outros movimentos arrebatar nossa bandeira mais preciosa e mais cara. Vamos reagir? Vamos se legionários de Maria?

3ª PODE-SE FAZER APOSTOLADO DE RUA SOZINHO?

Depende do que entendermos por apostolado de rua. Se entendermos apostolado de rua a abordagem das pessoas nas ruas, ônibus, filas de banco, podemos aproveitar a oportunidade e fazer quando nos surge ocasião independente de estarmos sem a companhia de outro legionário. Mesmo assim poderiam ser marcados pelo praesidium dois legionários para esse trabalho de contato com a multidão (Manual, cap. 37, item 9, p. 247). Se apostolado de rua quer significar visitas de casa, não podemos e não devemos ir desacompanhados.

4ª QUE SÃO OS VÉLITES OU FRATELINI?

É um trabalho para iniciar as crianças no espírito legionário. Como não há Praesidium Infantil, este grupo é ideal como preparação para os juvenis. Os praesidia juvenis são para jovens a partir dos 13 anos. Antes disso, os vélites resolvem bem o problema; é o sistema legionário simplificado e aplicado aos pré-adolescentes, preparando a criança no espírito de disciplina, amor a Nossa Senhora e conhecimento da Legião. Em lugar do terço, temos dez ave-Maria. Os oficiais dos Vélites com exceção do Presidente são as próprias crianças que se orgulham disto. Onde há Vélites, haverá sempre juvenis, e própria legião de adultos terá uma significativa presença de jovens. A palavra é tirada da Legião Romana, eram membros da infantaria ligeira, os mensageiros para cada soldado. Fratelini significa irmãozinhos. É um trabalho ideal para crianças que fizeram a 1ª Eucaristia. Há vigários que se dizem muito felizes com a atuação desse sistema, encontrando nele vantagens sobre a catequese de perseverança, ficando em lugar dela. Nas paróquia onde a Legião tem vélites, os praesidia juvenis estão cheios.

5ª TOALHA DO ALTAR LEGIONÁRIO TENDO AS LETRAS DE "LEGIO MARIAE" EM AZUL. PODE?

A cor da Legião de Maria é o vermelho (Manual cap. 7, p. 41) simbolismo da Virgem cheia do Espírito Santo. A toalha do altar deve ter as palavras "Legio Mariae" em vermelho. Devemos fazer o possível para observar esta indicação. Recebemos de presente a toalha, vão usando, mas façam o possível para que ao menos nas grandes solenidades: Acies, Sarau, Congresso, tenham a toalha branca, limpinha, engomadinha, com as letras em vermelho.

6ª PARA QUE SERVE O DINHEIRO DA COLETA DO PRAESIDIUM?

Esse dinheiro vai para a Curia que o usa em expansão, solenidades, contribuição ao Comitium ou Regia, Ver Manual pp 216: Tesoureiro a 219: Receitas e Despesas.

7ª ITENS DA REUNIÃO DA CURIA EXCLUSIVOS DOS OFICIAIS.

Ver Manual cap. 18 p. 104 e ss. 1º oração, Leitura Espiritual, allocutio: Diretor Espiritual; 2º Acolhida: Presidente; Ata: Secretário; Chamada: Vice-presidente. Os outros itens: Boletim do Concilium, assuntos diversos., pode ser designado alguém da Assembléia, desde que o escolhido seja capaz e responsável.

8ª COMO AGIR NA FALTA DE UM OFICIAL À REUNIÃO DE CONSELHO?

A falta de um oficial na reunião de Conselho deve ser rara. A presença é a 1ª prioridade do oficial. Pode-se colocar um legionário para aquela função do falante. Se os oficiais suprem a falta ótimo. Se o Presidente falta, então é o vice que assume, ou o secretário. Nunca um não oficial.

9ª PODE A TESOUREIRA DEPOSITAR O DINHEIRO DA LEGIÃO NA SUA CONTA?

Não. Porque vai misturar tudo e não sabemos qual a quantia da Legião. Não teremos como descobrir os erros. Depois a tesoureira pode viajar, mudar, aplicar o dinheiro fora da Legião... O dinheirinho da tesouraria sagrado. É o sacrifício dos legionários. É só da Legião que dispõe de tão poucos recursos!

10ª PARA QUE SERVE O DINHEIRO DA COLETA DO PRAESIDIUM?

Para velas, toalhas, castiçais, cadernos dos oficiais, flores para o praesidium. O que sobra deve ser entregue à Curia que o usa para a expansão, para o Conselho Superior. Ver no Manual, página: 216 a 219 item 5 - Tesoureiro - Receitas e Despesas.

11ª O QUE FAZER QUANDO, NO HORÁRIO MARCADO PARA O INÍCIO DA REUNIÃO NENHUM OFICIAL CHEGOU? DEVEMOS COMEÇAR A REUNIÃO, OU ESPERÁ-LOS? E SE O PRESIDENTE ATRASAR, OMITIMOS A LEITURA ESPIRITUAL? (COM CERTEZA ELE A ESCOLHEU...)

Mesmo que estejam só dois legionários, a reunião deve ser iniciada, itens na ordem certa. Escolhe-se a Leitura Espiritual, marcam-se as presenças. Se Secretária e Tesoureiro, não estiverem, os itens deles devem constar da próxima Ata que não foram realizados pela ausência do respectivo oficial.

12ª NAS REUNIÕES DE PRAESIDIUM PODE-SE EXPLICAR ALGO SOBRE A REVISTA, OU SÓ SOBRE O MANUAL? EM QUE MOMENTO DA REUNIÃO?

Pode em Outros Assuntos. Igualmente o estudo de "Teologia do Apostolado..." e "A Legião na China Comunista". É bom que o presidente destine para cada reunião, um legionário que fale sobre algum fato dos livros, sem ler, na hora...

13ª LEGIONÁRIOS DE PRAESIDIA DIFERENTES PODEM FAZER TRABALHOS JUNTOS?

Não é o ideal, mas podem... Cada legionário relata no seu praesidium a metade do trabalho feito. Se fizeram dez, cada legionário relata cinco em seu praesidium.

14ª LEGIONÁRIO JUVENIL (INFERIOR A 18 ANOS) PODE FAZER COMPROMISSO LEGIONÁRIO?

Não pode. Ver capítulo 36, item 16. Assim é lei. Temos de obedecer. O Concilium já deu muitas provas de sua "sabedoria" nas normas e na disciplina.

15ª OS LIVROS DAS ATAS. QUE FAZER, SE ÀS VEZES SÃO GRANDE NÚMERO?

Guardaremos por dois anos. Podem dar informações valiosas. Depois disso, podemos inutilizá-los, exceto o 1º livro de Atas que nos fala da fundação do praesidium,ou outro que conte algo extraordinário Guardar bem os relatórios anuais do praesidium.

16ª O QUE A CURIA OU COMITIUM DEVEM GUARDAR?

Guardar em pastas as Atas preferivelmente em papel sulfite ou almaço. Facilita para xerox, etc. Por dois anos, as que contêm eleições. As outras, como no praesidium podemos inutilizar após dois anos: relatórios trimestrais, listas de chamada, tesouraria, agendas da reunião mensal. Guardar para modelos: programas de Congresso, saraus, Acies, retiros e dias de formação, constituem experiência e história.

17ª O ALLOCUTIO PODE SER TIRADO DA BÍBLIA? ALGUÉM PODE INTERROMPÊ-LO PARA PERGUNTAR ALGO? SÓ É FEITO PELO PRESIDENTE? PODE SER LIDA?

Pode ser tirado da Bíblia. Só uma pessoa, e não haver aparte. O Diretor Espiritual, o Presidente, um membro que foi designado antes. Ver no manual capítulo 18, item 11: em forma de comentário ao Manual, fora de circunstâncias especiais. Deve ser dirigida aos legionários, um estímulo, animação, aplicação prática em suas vidas. Pode ser lida? Não pode ser lida. Só uma frase, um pequeno trecho de onde tiramos a mensagem transmitida com entusiasmo.

18ª ONDE A LEITURA DA BÍBLIA NO PRAESIDIUM?

Na ordem das reuniões da Legião não consta a leitura da bíblia. Podemos usar trechos para o Allocutio, estudo, logo após o estudo da manual, dividindo o estudo os dez minutinhos que temos reservados ao estudo, para o Manual e a Bíblia.

19ª O ESTUDO DO MANUAL PODE SER FEITO DA MESMA LEITURA ESPIRITUAL?

Pode, mas não é o ideal. A leitura Espiritual nos faz refletir e melhorar nossa espiritualidade. É para meditar, interiorizar, o estudo é para ser debatido por todos é para ser compreendido. Por isso é marcado com antecedência, é um pequeno trecho pra entendermos o sistema, a disciplina, enquanto que a Leitura é "espiritual".

20ª CASO NÃO FIZEMOS O TRABALHO MARCADO PELO PRESIDENTE, PODEMOS FAZÊ-LO NA PRÓXIMA SEMANA?

Depende do presidente. Se ele achar que o trabalho deve ser realizado, pode marcá-lo novamente. Caso ache outro trabalho mais urgente, poderá dispensar o anterior. Geralmente o trabalho não realizado numa semana, deverá ser realizado na outra. Devemos ser claros e dizer o que se passou. Se não foi feito o trabalho, o presidente marcará x, é só controle.

21ª E QUANDO NÃO ENCONTRAMOS A PESSOA EM CASA, COMO FICA NOSSA TRABALHO?

A obrigação foi cumprida, não o trabalho. Nas visitas é bom deixarmos sempre algum material religioso: santinha, jornal católico, revista, mensagem, mesmo que não encontremos os moradores.

22ª A CURIA FOI DESMEMBRADA: ATÉ QUANDO DEVE RECEBER ASSISTÊNCIA DO CONSELHO FUNDADOR?

Durante os primeiros meses da criação, sugerindo, orientando, sem interferir muito, para os Oficiais poderem mostrar a própria identidade, experiência, iniciativas. Principalmente em itens que não são essenciais deve haver liberdade.

23ª UM NOVO MEMBRO TERÁ SEU NOME NA LISTA DA CHAMADA, APÓS A 4ª REUNIÃO. CASO FALTE A UMA, ESTA É CONTADA COMO VÁLIDA?

O costume tem sua razão de ser mas não é absoluto. Duas ou três reuniões podem ser o bastante para esperar a decisão do candidato. Até os Compromissos Legionários (depois de três meses) a pessoa está em período de experiência - Lembrar ao Vice-presidente que a lista de chamada tem duas partes: uma para os que fizeram o compromisso e a outra para quem ainda não fez. Manual capítulo 134 parágrafo 7: "A admissão... consiste essencialmente no Compromisso Legionário e na inscrição do nome do candidato na lista dos membros do Praesidium. LEMBRAR O CERTIFICADO DE MEMBRO ATIVO. MUITO PRÓPRIO PARA ESTIMULAR O LEGIONÁRIO NO CUMPRIMENTO DE SUE COMPROMISSO.

24ª O QUE DEVE SER CONSIDERADO COMO TAREFA, QUANDO VAMOS A UM VELÓRIO? É TRABALHO ESTAR NA SANTA MISSA DE CORPO PRESENTE?

Participar da Santa Missa de corpo presente ou de 7º dia pode ser trabalho se a preparamos com liturgia que evangelize os participantes. No velório, o trabalho legionário consiste em confortar a família, rezar, persuadir os presentes da doutrina da ressurreição. Não deve cansar a família com muita reza a que não tem costume. Respeitar a dor e o momento dos enlutados.

25ª O ALTAR LEGIONÁRIO.

Apesar das orientações do Manual sobre o assunto (Manual capítulo 18, página 104), há legionários que não dedicam todo o carinho, cuidado e zelo desejado.

26ª PODEMOS COLOCAR ALGUM MATERIAL EM CIMA DO ALTAR?

Podemos fazer a seguinte declaração referente ao altar da Legião de Maria, " o altar legionário é o território de Nossa Senhora", isto significa que o lugar ocupado pela toalha branca (sinal de pureza e vitória) é exclusivamente Dela. A este lugar dedicaremos todo o carinho, zelo e respeito, e especialmente tomaremos cuidado em não invadir o seu território, a não ser com respeito e devoção, é por esta razão que devemos, ao máximo evitar depositar na toalha branca, livros, bolsas, fósforos e outros objetos que não são de seu pertence. Um Altar bem cuidado é uma ótima forma de chamar a atenção de novos membros para a importância da espiritualidade e finalidade da Legião de Maria, além de demonstrar que nossa casa é bem cuidada, assim como Maria Santíssima cuidava de sua casa em Nazaré. O Altar deverá estar em cima de uma mesa, ou junto à parede, mas as cadeiras devem estar dispostas em círculo, ao lado do altar.

27ª A IMAGEM DO ALTAR PODE SER DE NOSSA SENHORA APARECIDA OU DE OUTRO TÍTULO?

O Altar é composto exclusivamente pela Imagem de Nossa Senhora das Graças )Imaculada Conceição, na atitude de distribuidora de todas as graças) que deverá ter 60 centímetro de altura, 2 vasos com flores e 2 castiçais com velas. Se o Praesidium não tiver um vexillum. deverá colocar uma tessera oficial no lugar. Não é permitido fazer um vexillum de papel. Todos estes pertences deverão estar sobre uma toalha branca, com a escrita LEGIO MARIAE.

28ª O ALTAR PODE SER COLOCADO À PARTE DA SALA DE REUNIÃO?

O Altar não deverá estar fora do círculo ou à parte da sala, pois a Nossa Rainha deve estar representada no meio dos seus soldados como que participante de nossa reunião e de nossos trabalhos como nos fala o 3º item da Instrução Permanente: "...em espírito de fé e união com Maria..." E a expressão de máxima valia para nossa reflexão: "O Praesidium é uma "presença" de Maria" (Manual Capítulo 20, página 124) e o altar deverá estar em ordem para representá-la!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entrevista a Legião de Maria Juvenil

Informações sobre a Legião de Maria

Março comemora-se a festa Central da Legião dse Maria (ACIES)

A ACIES, um exército em ordem de batalha, assim são os Legionários.

Esta palavra latina, que significa um exército em ordem de batalha, designa, com razão, a cerimônia em que os legionários, como um só corpo, se reúnem para renovar a sua fidelidade a Maria, Rainha da Legião, no dia 25 de março ou proximo a esse dia, e dela receber a força e a bênção para um novo ano de combate contra o exército do mal.

A Acies é a grande solenidade do ano, a festa centra da Legião. Insista-se, pois, com cada legionário, sobre a importantíssima obrigação de a ela assistir. A idéia central, sobre a qual tudo na Legião se sustenta, é o trabalho em união e sob a dependência de Maria, sua Rainha. A Acies é a solene declaração desta união e dependência, a renovação - individual e coletiva - do compromisso de fidelidade da Legião. Por isso, todo o legionário que, podendo assistir, não o faz, tem pouco ou nenhum espírito da Legião. Não vale a pena ter tais membros.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Legião de Maria

HISTÓRICO

A Legião de Maria no Brasil foi implantada, primeiramente, no Rio de Janeiro, quando, em 1950 alguns irmãos, primeiros legionários, nos deram a oportunidade de estarmos hoje participando e fazendo parte dessa história.

A data oficial da fundação foi a 24 de outubro de 1951. Mas, na realidade, tudo começou com a fundação provisoriamente de um Praesidium, "Refugium Peccatorum", com 10 legionários, que teve sua primeira reunião dia 07 de julho de 1951. O Praesidium funcionava clandestinamente, pois o Cardeal do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Bairros Câmara não permitiu que a Legião se instalasse. Depois de outras tentativas, acabou permitindo, mas com a condição de só funcionar no Santuário de Fátima e não abrir novos Praesidia.

Em 1953 o cardeal autorizou o desmembramento do Praesidium "original" em mais 5 Praesidia: Regina Angelorum, da Salete; Causa Nostra Laetitiae, de Santa Terezinha (Túnel Novo); Mater Admirabilis, da Santíssima Trindade; e ainda dois, um juvenil e outro adulto para cegos, no Instituto Benjamim Constant.

Queremos aqui lembrar o verdadeiro fundador da Legião aqui no Brasil, o irmão João Creff, que acompanhou tudo: fundação, desmembramento, formação de Curia. Foi ele que pediu a Dublin que nos mandasse um enviado.

A primeira a chegar foi a irmã Joaquinna Lucas (Filipina), Enviada em vários países da América. Ela recebeu por sua vez, o Enviado irmão Alfonso Lambe em 1954 e lhe ensinou o espanhol. Com a ajuda de alguns legionários, fundou vários Praesidia: N. Sra. de Fátima, Rainha do Mundo, N. Sra. do Desterro, N. Sra. das Graças. Neste mesmo ano, fundou as duas primeiras Curiae: Immaculata (Copacabana), hoje no Leme e Assumpta (Saúde e toda a Zona Norte).

Em 22 de junho de 1958 a Curia Assumpta foi elevada a Comitium e um ano depois, precisamente a 06 de novembro de 1959 foi elevado a Senatus. A reunião de elevação foi realizada em Fátima, com a presença do Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, o Núncio Apostólico e o Diretor Espiritual Pe. Carlos Pollok (pároco nessa época da Paróquia Sagrada Família).

Daí para frente, já com outras cidades e Estados alcançados, deu-se seqüência a um trabalho, chegando ao que vemos até hoje e que, sob a égide do Espírito Santo e com a ajuda de Nossa Senhora, veremos muito mais. As Regiae de Belém e do Espírito Santo são filiadas a este Senatus.

Legião de Maria

O que diz o Manual sobre a Legião?

Na página 12 a reflexão é essa:

“O espírito da Legião é o próprio espírito de Maria, especialmente imitar profundamente a humildade de Maria, sua perfeita obediência, sua oração constante, sua paciência heróica, sua sabedoria celeste, seu amor corajoso e sacrificado a Deus e acima de tudo, sua fé”.

Se nota que algumas pessoas se surpreendem com a disciplina rígida da Legião, espantam-se porque não conhecem de quem os legionários estão seguindo o exemplo. Mas quando tomam conhecimento, aos poucos, passam a compreender o desejo de imitar Nossa Senhora.

Portanto, a finalidade da Legião de Maria é um convite à comunhão, pois o ser humano torna-se um solidário devido às suas fraquezas, que o dividem e o isolam. Só o amor pode vencer e selar a unidade.

A Legião convida a inserção numa comunidade como um ingresso a um exército. Assim diz a Catena:

“Quem é esta que avança, como a aurora, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível com um exército em ordem de batalha.”

O modelo está no exército dos imperadores romanos, o melhor de todos os tempos, que era submisso às autoridades militares, com disciplina, presteza e obediência. Os legionários são fortes, não porque pertencem a um exército comum, mas por serem inseridos a uma comunidade de fé, sob a proteção de Maria.


Se a Legião é uma comunidade de fé, o que os legionários mais atentos aprendem?

* Aprendem que cada um contribui dentro dos seus limites pessoais e cada um respeita os limites pessoais do outros. Todos têm limitações, e quando há esse reconhecimento o convívio melhora. Ou seja, só ocorre o reconhecimento dos limites dos outros, se houver o próprio reconhecimento de limite.

* instruir-se a reconhecer suas fraquezas e a saber que o amor que se exprimi é parte de um amor maior, que é Deus. É a graça de Deus para todos.

* Os legionários descobrem que a sua vida é um dom a ser repartido. Aprendem com as visitas a serem mais solidários.

* A valorização do ser humano, acima do resultado dos esforços. Aprendem o que vale é o esforço e não o resultado. Os olhos humanos nem sempre são bem sucedidos.

* A encontrar forças nas perdas e esperança nas dificuldades. Assim se fortifica a fé.

* Que é necessário carregar os defeitos e sofrimentos uns dos outros. Sendo mais tolerantes.

* Que não se pode reconhecer uns aos outros pela mente, só pela comunhão de Deus. Que todos são iguais, mas somente se estiverem ligados a Deus.

* Todos têm acesso à mesma infinitude. Todos são co-herdeiros com Cristo em Deus. Há um laço invisível entre todos que tocam a comunhão interior. Pelo menos em certa medida, uns mais, outros menos, depende de cada um.

* Que a cooperação amorosa mantida, uns com os outros demonstra unidade com Deus e com toda a sua maravilhosa criação.

Jesus recomenda em JO 15, 4-5:

“Permanecei em mim, como eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer.”

Portanto, o que é necessário é deixar fluir o amor divino que está dentro de cada um, indo ao encontro de quem, naquele momento, esteja precisando.

“A Legião é um milagre dos tempos modernos, pois foi reconhecido que só com a participação de todos pode se ter um mundo melhor.”

Os legionários devem se esforçar, com a ajuda de Maria, a ir ao encontro de quem precisa. Fazendo uma ponte entre a Paróquia e os paroquianos;

A Legião de Maria é um “apostolado gratificante.” E ela está de portas abertas para quem queira fazer parte deste apostolado gratificante. Nossa Mãe Maria e os legionários ficam contente com o ingresso de mais soldados.

Salve Maria!

Legião de Maria

O Sonho das Duas Colunas

Uma noite Dom Bosco teve um sonho. Ele viu diante de um grande mar onde muitos navios estavam prontos para uma batalha. Esses navios avançaram contra um navio maior para destruí-lo.

De repente, em meio à imensidão do mar emergem duas grandes colunas. Em cima de uma está uma imagem de Nossa Senhora em cujos pés estava escrito: Auxiliadora dos Cristãos. Em cima de outras coluna, vai-se uma grande Hóstia em baixo da qual se lia Salvação dos que crêem.

O Comandante supremo da grande nau era o Papa, o qual, vendo o furor dos inimigos, convoca ao seu redor os pilotos dos navios menores para aconselhá-los e planejar como combater o inimigo. Nesse momento surge uma grande tempestade, ameaçando afundar o navio.

O Papa então Põe-se no leme e conduz o navio a salvo entre as duas colunas.

Os inimigos tentavam, por todos os meios, afundar o navio em que estava o Papa. O combate tornou-se cada vez mais acirrado e cruento. De repente o Papa é atingido e morre. Ouve-se um grito de alegria entre os inimigos. Mas apenas morto o Papa, um outro assume o seu lugar.

Os adversários começaram a perder a coragem. O novo Papa, superando os obstáculos, conduz a nau entre as duas colunas e a prende de modo seguro. As bênçãos, então, começam a acontecer. A situação se inverte. Os navios inimigos fogem desesperados. Os navios que combatiam com o Papa são ancorados nas duas colunas e permanecem firmes no seu rumo.

Narrando este sonho Dom Bosco queria incentivar nos seus filhos as devoções à Eucaristia, a Nossa Senhora Auxiliadora e o amor ao Papa.

Legião de Maria - Como ser Santo

Como ser santo

Hoje se discute muito o assunto. Algumas pessoas acham que vão encontrar a santidade numa prateleira de supermercado. Até o momento não se tem uma fórmula, bula, receita ou até vacina, para uma pessoa se tornar santa, tudo é mistério. A dica é que a pessoa seja bondosa, humilde, fraterna, quer dizer, viva em virtude. Algumas pessoas que acreditam que para ser santos precisamos morrer, mas esquecem que antes precisamos viver, fazendo o bem sem olhar a quem. E em alguns momentos a honra chega em vida, com a expressão: “Este é um santo”.

O Vaticano é quem proclama uma pessoa canonizada - escreve no Cânon ou rol dos santos/enaltecendo; consagrando. Primeiro se tem que provar um milagre, através de um processo, tendo um custo para isso. Provado, a pessoa é beatificada. A segunda parte é provar um segundo milagre, com andamento de novo processo. Só assim é proclamado um santo e isso pode levar anos. Mas muitas pessoas mortas ficam no anonimato. A família e devotos não tem a paciência necessária, aí esse santo “popular” não tem seu nome e milagre divulgado, porém isso não quer dizer que ele deixa de ser santo. E esse é um dos motivos da nossa comemoração do dia 1º de novembro – Dia de Todos os Santos.

A vida dos santos serve de meditação para nós. Podemos citar alguns exemplos: São José, que carpinteiro humilde foi obediente a Deus, sendo bondoso e pai terreno de Jesus; São João Evangelista, que foi um dos doze, tendo atribuições na Bíblia (o 4º evangelho e duas epistolas) e pela proximidade com Cristo, sendo indicado como sacerdote de Maria; São Luís de Montfort, que foi o precursor da idéia da vinda do Reino de Deus por Maria; São João Batista, marcou o advento do Reino de Deus no meio dos homens, sendo o batizador e antecessor do Messias; São Pedro, foi à pedra que edificou a Igreja, sendo o 1º Papa e São Paulo, que após perseguir as primeiras comunidades cristãs, se converteu, escrevendo assim 14 Epistolas e sendo umas das principais colunas da Igreja.

Comecemos a pensar, que ao nosso lado pode estar um futuro santo, então, pensando nisso, vamos tratar melhor o nosso semelhante. Busquemos sempre a santidade, pois todos somos chamados a ser santos, só assim um dia estaremos no reino dos céus.

“Sêde santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”. (Levítico 19, 2)

Hélio Euclides – Praesidium Nossa Senhora Rainha da Paz
Senatus do Rio de Janeiro

Legião de Maria

Mãe do Silêncio

“No Silêncio Maria Escutou, tudo aquilo que Deus lhe falou...”

Estamos aqui procurando ver, Maria como: - Mãe do Silêncio, buscando encontrar, neste silêncio novas forças para a nossa vida, na família e na comunidade. Queremos nos encher de Deus, para poder derramar o seu amor nas pessoas que vivem conosco e as que precisam de nós. Mãe do Silêncio, faz-nos entender que dispersos não é possível amar aos irmãos. Pensemos que apostolado sem silêncio é alienação e que silêncio sem apostolado é comodidade. Envolve-nos com o teu manto de silêncio e nos dá fortaleza na fé, altura na esperança e profundidade no amor... ensina-nos a viver o nosso batismo.

Maria, é quem melhor nos ensina a fazer silêncio. No silêncio Ela encontrou graça de Deus – quando da anunciação do anjo, Maria se encontrava em grande intimidade com o Pai: a serva e o Senhor... fazia-se profundo silêncio... o silêncio é interrompido pela fala do anjo – Lc 1, 26-38.

...o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem chamada Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo”. Ela ficou muito confusa com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então disse: “Não tenhas medo, Maria! Encontrastes graça junto a Deus. Conceberás e darás a luz a um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu Pai. Ele reinará para sempre sobre a sua descendência de Jacó, e o seu reinado não terá fim”.

Maria, então perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, já que eu não convivo com um homem?” O anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parente, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês, daquela que era chamada estéril, pois para Deus nada é impossível”. Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se.”

Vamos fazer uma parada e pensar na mensagem que Deus nos dá neste momento a cada um de nós.

Nos momentos decisivos de nossa vida, como Nossa Senhora, temos que tomar, sozinhos as decisões. O anjo deu o recado e foi embora. Ela sentiu o vazio que se fez. Ela assume o mistério da Anunciação... se entrega quando diz “sim”. Maria se diz serva, escrava, não tenho direitos: anjo Gabriel diga ao meu Senhor: o meu “sim”. Sou fiel... e não contou a ninguém o segredo da Encarnação, levou até o fim. Maria... acreditou! Depois Deus se cala... “onde está o teu Deus” Sl 41. Sabemos que por trás deste silêncio Deus respira e por trás das montanhas surge a aurora. Abandonar-se a vontade do Pai não é cruzar os braços. Ficar em silêncio não é parar, mas fazer o possível para resolver as dificuldades e necessidades. Mas o seu “sim”, é a chave de tudo, a conserva calma, serena, forte e grande.

Mt 1, 20-24 – Mais uma vez o silêncio da Encarnação... as mulheres eram apedrejadas, se adúlteras, José também acolhe a mensagem de Deus. Também acreditou e também silenciou.

Diante da fé, Maria marcha vai ao encontro de Isabel. Vai servir...

Lc 2, 5 – Maria não podia ir com as caravanas, face ao seu estado, chegando em Belém, não encontrava hospedaria e assim, na pobreza e na pureza nasceu Jesus – em uma gruta.

Mt 2, 13 ...e mais uma vez vem o seu “Faça-se”... e Maria agora é fugitiva política e vai ser estrangeira. Vai viver em sobressalto... querem matar seu Filho... Imaginemos isto em nós...

BOAS FESTAS!

BOAS FESTAS!