quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Uma só Maria em todas as “Nossas Senhoras”

Epíteto é uma palavra qualificando o nome de uma pessoa. Celebridades, reis e santos tem epítetos após o nome. É um título! Ex. Átila, o flagelo de Deus. Napoleão, o corso (Ilha de Córsega, onde ele nasceu). São Boaventura, o doutor seráfico. São João Maria Vianney, o cura d´Ars. Rui Barbosa, a águia de Haia. Os títulos após um nome ou são honoríficos ou são uma espécie de ‘apelido’ que caracteriza alguém: o que fez, foi ou pelo seu modo de ser. A bíblia acrescenta títulos aos nomes, a começar pelo de Jesus: o Nazareno (Mt.2,23). Há no Novo Testamento mais de 100 títulos apostos ao nome de Jesus: o Messias; o Verbo de Deus; o Ungido de Deus; o Emanuel (Deus conosco); o primogênito de toda a criação; a cabeça da Igreja etc. Indicam o amadurecimento da fé em Cristo ressuscitado no início da Igreja. São Marcos (2,17) informa: Jesus deu aos dois apóstolos irmãos, Tiago e João, um epíteto: Boanerges, isto é, filhos do trovão.
Ora, no Evangelho de Lucas a primeira referência à pessoa de Maria é um título dado a ela pelo mensageiro de Deus: “ó cheia de graça!” (Lc.1,28). Jesus chama sua mãe de Mulher: nas Bodas de Caná e no Calvário (Jo.2,4); (Jo.19,26). “Mulher, eis aí teu filho!” Isto revela a convicção dos primeiros cristãos no papel de Maria na salvação realizada por Jesus. Ela é a nova Eva, prevista no livro do Gênesis (3,15), como a vencedora futura do demônio. Vitória confirmada no livro do Apocalipse, cap. 12, que fala do grande sinal que apareceu no céu: uma mulher vestida de sol, a lua debaixo dos pés e uma coroa de 12 estrelas na cabeça. Por isso, a reflexão cristã deu à Maria desde os primeiros tempos o título: Imaculada! Ela é ainda chamada de: Mãe de Deus e de Sempre Virgem. O título de “nossa senhora” vem desde o 1º século. Segundo a pesquisa histórica e a iconografia (arte de representar por imagens), as primeiras imagens de Nossa Senhora seriam as chamadas “virgens orantes“ das catacumbas romanas. Maria é representada de pé, braços elevados em atitude de oração. A origem da veneração à Maria para o culto litúrgico e a devoção popular, nasceu da excelência da Mãe de Deus no evangelho: do seu papel na missão de Jesus, de sua condição de discípula-modelo para os cristãos. Essa é a causa dos inumeráveis títulos das “nossas senhoras” pelo mundo afora.
Não raro os títulos “nossa senhora” traduzem os anseios das pessoas, grupos ou povos. Assim os escravos negros eram devotos de Nossa Senhora do Rosário. Com o tempo o culto litúrgico à Mãe de Jesus e as invocações populares (ladainhas, novenas, terço) multiplicaram as “nossas senhoras”. Lembravam os locais onde Maria viveu (Belém, Nazaré); os episódios narrados nos Evangelhos (Ex: a Natividade; a Anunciação); o papel dela na missão de Jesus; um local onde aconteceram fatos extraordinários (Lourdes, Fátima, aparecida). Enfim, Maria é uma só em seu corpo terreno. Os títulos referem-se à sua condição glorificada, à íntima e inseparável união com o Filho ressuscitado. A grande imprensa não sabe distinguir isso. Um cristão consciente deve saber! Nomes e títulos de “nossa senhora” devem nos conduzir à escuta da Palavra de Deus e ao amor a Jesus Cristo. “Todas as gerações me chamarão: bem-aventurada!”
Pe. Antonio Clayton Sant ´Anna – CSsR
Diretor da Academia Marial de Aparecida



"Todas as minhas obras e trabalhos têm como base duas coisas: a Santa Missa e o Santo Rosário."São João Bosco

Ser católicos significa ser Marianos, afirmou o Papa Bento XVI

Ao receber os membros da sua Congregação Mariana de Ratisbona
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 31 de maio de 2011 (ZENIT.org) – Bento XVI afirmou que o catolicismo implica em uma atitude mariana, ao receber no Vaticano, no sábado passado, uma delegação da congregação mariana Mariä Verkündung (Maria Anunciada) de Ratisbona (Alemanha).
“A catolicidade não pode existir sem uma atitude mariana”, afirmou, recordando que “ser católicos quer dizer ser marianos, que isso significa o amor pela Mãe, que na Mãe e pela Mãe encontramos o Senhor”.
O Papa disse que “Maria é a grande crente” que indica a todos “o caminho da fé, a coragem de confiar-nos a esse Deus que se dá em nossas mãos, a alegria de ser testemunhas; e depois, sua determinação de permanecer firme quando todos fogem, a coragem de estar do lado do Senhor quando tudo parecia perdido, e fazer seu o testemunho que conduziu à Páscoa”.
Também expressou sua alegria pelo fato de que “ainda hoje há homens que, junto a Maria, amam o Senhor; que, através de Maria, aprendem a conhecer e a amar o Senhor e, como Ela, dão testemunho do Senhor nas horas difíceis e nas felizes; que estão com Ele aos pés da cruz e que continuam vivendo alegremente a Páscoa junto d’Ele”.
Falando da sua própria experiência no Vaticano, disse que, “por meio das visitas ad limina dos bispos, experimento constantemente como as pessoas – sobretudo na América Latina, mas também nos demais continentes – podem confiar-se à Mãe, podem amar a Mãe e, através da Mãe, depois aprendem a conhecer, a compreender e a amar a Cristo”.
Também confessou que experimenta “como a Mãe continua confiando o mundo ao Senhor”.
Os membros da congregação mariana Maria Anunciada viajaram até o Vaticano para comemorar com o Papa o 70º aniversário do seu ingresso nesta congregação.
Sobre este fato, Bento XVI, expressando sua gratidão e alegria, afirmou que “a admissão na congregação mariana visa ao futuro e não é simplesmente um fato passado. (…) É por isso que, 70 anos depois, esta é uma data do ‘hoje’, uma data que indica o caminho rumo ao ‘amanhã’”.
Daquele momento histórico, recordou que “eram tempos escuros, havia guerra” e que, pouco depois de ser admitido na congregação, esta foi dispersada, mas reconheceu que “permaneceu como ‘data interior’ da vida”.
Bento XVI também fez uma breve referência à mariologia que se ensinava nas universidades alemãs depois da guerra, indicando que “era um pouco austera e sóbria”; e acrescentou que acredita que hoje “não tenha mudado muito, nem melhorado”.
Finalmente, agradeceu pelo testemunho dos homens que, pertencendo a uma congregação mariana – “caminho aberto pelos jesuítas no século XVI” -, “continuam demonstrando que a fé não pertence ao passado, mas se abre sempre a um ‘hoje’ e sobretudo a um ‘amanhã’”.


Ano da Fé: O “CREDO” DO POVO DE DEUS (1)

10º ANIVERSÁRIO DA PROCLAMAÇÃO PELO PAPA PAULO VI NO ENCERRAMENTO DO ANO DA FÉ
PUBLICAÇÃO DA ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO
PROFISSÃO DE FÉ
CREMOS, em um só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, Criador, das coisas visíveis, como este mundo, onde se desenrola a nossa vida passageira; Criador das coisas invisíveis, como os puros espíritos, que também são denominados Anjos; e Criador, em cada homem, da alma espiritual e imortal.
Pense sozinho, ou em grupo:
- Qual é a meta suprema da criação? – “Como o Pai tem a vida em si mesmo, assim, também deu ao Filho o ter a vida em si mesmo” (Jo 5, 26). Esta fonte de vida, se transfunde para nós (Jo 6, 57).
- Somos imagens verdadeiras de Deus: (Gen 1, 26-27).
- Creio que Deus Trino significa: eu tenho toda a certeza de que sou chamado, desde já, a participar de Sua vida e, na eternidade, nunca mais deixar de ser feliz n’Ele e com Ele.
CREMOS que este Deus único é absolutamente uno na sua essência infinitamente santa, assim como em todas as suas perfeições, na sua onipotência, na sua ciência infinita, na sua providência e no seu amor. Ele é Aquele que é, como Ele mesmo o revelou a Moisés;ii Ele é Amor, como no-lo ensinou o Apóstolo São João;iii de tal maneira que estes dois nomes, Ser e Amor, exprimem inefavelmente a mesma divina realidade d’Aquele que se quis dar a conhecer a nós e que, <habitando uma luz inacessível>iv, é, em si mesmo, acima de todo nome, de todas as coisas e de toda inteligência criada. Só Deus pode dar-nos o conhecimento exato e pleno de sim mesmo, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo, de cuja vida eterna somos chamados a participar, aqui na terra, na obscuridade da fé, e, depois da morte, na Luz eterna. As relações mútuas que constituem eternamente as três Pessoas, que são, cada uma delas, o único e mesmo Ser divino, são a bem-aventurada vida íntima de Deus três vezes santo, infinitamente acima de tudo o que podemos conceber à maneira humanav. Entretanto, rendemos graças à Bondade divina pelo fato de numerosíssimos crentes poderem dar testemunho conosco, diante dos homens, da Unidade de Deus, embora não conheçam o Mistério da Santíssima Trindade.
Pense na felicidade dos santos que sabem sua vida totalmente entregue a Deus, abrigando no seu poder e amor:
Sl 94,22: O Senhor certamente será o meu refúgio, e meu Deus, o Rochedo em que me abrigo.
Cântico de Moisés: Deut 32,10: a solicitude suprema de Deus para conosco.
Deut 32,18: o pecado é autodestruição. É abandonar o Rochedo seguro e perecer em terreno movediço.
- O amor de Deus é totalmente gratuito, é
- graças:
1Jo 4,10: “nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado e enviado seu Filho para expiar os nossos pecados”.
- Não se pode conhecer Deus lPai sem estar em intimidade com Jesus Cristo: Mt 11,27.
- Que significa “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”: Jo 15,4.9-10.
- Como é que você rende graças à Bondade Divina?
Você já descobriu a pura beleza das seguintes orações:
“Te Deum” e “Glória a Deus nas alturas”?
CREMOS, portanto, no Pai que gerou eternamente o Filho; no Filho, Verbo de Deus, que é eternamente gerado; no Espírito Santo, Pessoa incriada, que procede do Pai e do Filho, como eterno Amor. Assim, nas três Pessoas divinas, coaeternae sibi et coaequales,vi superabundam e consumam-se, na superexcelência e glória próprias do Ser incriado, a vida e a felicidade de Deus perfeitamente uno, e sempre deve ser venerada a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade.vii
“Aquele que me vê, vê o Pai”: (Jo 14,9).
- Leia o hino “Santo, Santo, Santo…” em (Apoc 4,8).
- Reflita o que significa o gesto de os santos depositarem diante do Deus Santo o diadema da graça e da sua vitória, de terem na mão a cítera da festa que não tem fim, e o perfume da oração que é força e imortalidade (Apoc 4,10).
- Você sabe adorar Deus?
CREMOS em Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o filho de Deus. Ele é o Verbo eterno, nascido do Pai antes de todos os séculos e consubstancial ao Pai, homoousios to Patri,viii e por Ele tudo foi feito. Ele encarnou por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem. Portanto, é igual ao Pai, segundo a divindade, e inferior ao Pai segundo a humanidade,ix e é uno, Ele próprio, não por uma impossível confusão de naturezas, mas pela unidade da pessoa.x
Pense sobre o mistério duplo:
- Jesus é igual a Deus (Jo 14,9) e todavia obediente como homem (Jo 6, 38-39);
- Jesus é servo humilde (Fil 2, 7-8) e Senhor do Universo (Fil 2, 6 . 9-10)
“Ao nome de Jesus se dobre todo joelho proclamando JESUS CRISTO É O SENHOR” (Fil 2, 10-11)
Ele habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, Ele anunciou e instaurou o Reino de Deus e nos fez conhecer nele o Pai. Deu-nos o seu mandamento novo de nos amarmos nuns aos outros como Ele nos amou. Ensinou-nos o caminho das Bem-aventuranças evangélicas: pobreza de espírito, mansidão, sofrimento suportado com paciência, sede de justiça, misericórdia, pureza de coração, vontade de paz, perseguição suportada pela justiça. Padeceu sob Pôncio Pilatos, Cordeiro de Deus que carregou sobre si os pecados do mundo: morreu por nós na Cruz, salvando-nos com o seu sangue redentor. Foi sepultado e, por seu próprio poder, ressuscitou ao terceiro dia, elevando-nos por meio de sua Ressurreição à participação da vida divina, que é a vida da graça. Subiu ao céu e virá de novo, mas desta vez com glória, para julgar os vivos e os mortos: cada um segundo os seus méritos – os que corresponderam ao Amor e à Misericórdia de Deus, indo para a vida eterna; os que os recusaram até o fim, indo para o fogo que não se extinguirá jamais.
E o seu Reino não terá fim
Medite a lei do amor: “como eu vos amei” (Jo 13, 34-35).
- Leia as Bem-aventuranças: (Mt 5, 3-11).
- Leia o apelo final: “Alegrai-vos e exultai…” (Mt 5, 12).
- Reflita sobre a condição de vivermos o amor de Deus: “O que fizerdes a um destes mais pequeninos…” (Mt 24,40).
CREMOS no Espírito Santo, que é Senhor e que dá a vida; que é adorado e glorificado com o Pai e com o Filho. Foi Ele que nos falou por meio dos profetas; Ele nos foi enviado por Jesus Cristo, depois da sua Ressurreição e da sua Ascensão ao Pai. Ele ilumina, vivifica, protege e conduz a Igreja; Ele purifica os seus membros, se estes não se furtam à ação da graça, que penetra no mais íntimo da alma, torna o homem capaz de responder ao apelo de Jesus: “sede perfeitos, como também é vosso Pai celestial é perfeito” (Mt 5,48).
Pense o quanto o Espírito Santo é fruto do sofrimento e da ressurreição de Jesus Cristo (Jo 7, 37-39).
- Podemos nós recebê-lo, se não estamos, unidos ao Cristo na Cruz e na glória?
- O Espírito Santo transforma-nos paulatinamente na mesma imagem divina (2Co 3, 18).
(Continua)



Ano da Fé: A Coragem e suas características – São Tomás de Aquino

Um homem de fé é um homem corajoso!

Uns são corajosos por ignorância ou por experiência, como os soldados, e essa coragem é antes o resultado do exercício de uma arte do que uma virtude moral. Outros são corajosos por paixão (temor de ameaças, de desonra, por tristeza, ira), e a virtude moral não obra por paixão. É preciso a coragem da alma para opor resistência a tais dificuldades (as que se opõem à obediência à reta razão).
Cinco modos pelos quais podemos nos assemelhar aos corajosos, como que praticando atos de coragem, sem ter essa virtude:
1) Praticar atos difíceis como se não o fossem, por ignorância, quando não percebemos a grandeza do perigo;
2) Quando temos fundadas esperanças de vencer o perigo, porque por experiência sabemos que dele muitas vezes escapamos;
3) Por certa ciência e arte. Digo dos soldados, que pela perícia que têm no manejo das armas, e pelo exercício, não consideram graves os perigos das guerras, pois ninguém teme fazer o que sabe ter aprendido;
4) Por impulso ou paixão;
5) Por escolha de algum bem temporal a adquirir (honra, prazer ou ganho), ou para evitar alguma desvantagem.
É próprio da virtude fazer-nos agir com firmeza e constância. A coragem consiste em afrontar deliberadamente os perigos e padecer os trabalhos. Virtude significa a perfeição última de uma potência. Coragem, firmeza de alma pronta a enfrentar qualquer obstáculo.
É próprio da virtude da coragem remover os obstáculos que impedem a vontade de seguir os ditames da razão. A coragem versa sobre o temor e a audácia, coibindo aquele e moderando esta.
É próprio da virtude da coragem fortificar-nos a vontade, para não abandonarmos o bem da razão por temor de um mal do corpo. Quem tem firmeza contra o maior dos males há de tê-la contra os menores.
É próprio da virtude tomar em consideração o que é extremo. Não se reputa corajoso um homem só por tolerar quaisquer adversidades; mas só os que sabem tolerar os males máximos. Pois nos outros casos ele será corajoso relativamente.
O temor nasce do amor. Qualquer virtude que modera o amor de certos bens há de também, por força, moderar o temor dos males. Amar a nossa própria vida nos é natural. Donde a necessidade de uma virtude especial, moderadora do temor da morte.
Sendo dois os atos próprios da virtude ─ suportar e atacar ─ ela recorre à ira, não para o ato de suportar, mas para o de atacar.
O ato principal da coragem é suportar, isto é, persistir inalterado nos perigos, mais do que atacar. É mais difícil reprimir o temor do que moderar a audácia. A coragem é o amor que tudo sofre facilmente por causa de Deus.
É próprio do homem forte não dissimular o perigo que o ameaça, mas encará-lo face a face e examiná-lo do alto do seu pensamento, como de um lugar elevado. O corajoso é um homem de confiante esperança. Nos perigos repentinos é que principalmente se manifesta o hábito da coragem.
O furor ajuda os fortes. No virtuoso, a ira e as outras paixões são moderadas pela razão.
Partes da coragem: magnificência; confiança; paciência; perseverança.
Só os que são ávidos de questões são capazes de soluções. A fides/esperança se alimenta da fides/certeza. A verdade objetiva sujeita os homens apenas a ela, mas a verdade subjetiva cria o reino da tirania dos que ditam aos demais os critérios dessa verdade.
(Extratos da “Suma Teológica”, de São Tomás de Aquino ─ II, 2ae,123-135)

BOAS FESTAS!

BOAS FESTAS!